quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CONSULTÓRIO-TU e EU

Tive de lá ir.
O"raça" da minha pele não me largava:era tamanha comichão,tão grande prurido,aquilo dava uma grande coceira,pá!
E lá cheguei.Bati à porta.Entrei.Estava de pé.Disse-lhe,logo,ao que ia.
Na observação passei por todas as fases que aprendem a fazer lá na escola(sabes, a tal que dizem que é uma faculdade,de medicina;a tal escola médica que fica na cidade:lá longe, distante,numa casa muito grande,cheia de corredores e de salas com escritos nas paredes,e sempre todos a correr!
Mas desta vez não aconteceu assim:ficamos silenciosos,apenas se ouviam as nossas vozes.
Falamos,falamos,conversamos,conversamos,dialogamos,dialogamos;quer dizer houve bom senso,sensateze entendemo-nos;houve respeito de parte a parte.
Olha,sabes que mais?Assim:simpatizamos e a seguir apareceu a empatia!
Não,não confundas,não é apatia,nem telepatia,nem aquela coisa que dizes sempre:a terapia que cura,mas ás vezes mata,ou pelo menos,maltrata.
Não desta vez nada disso.
Olha foi um tratado.Correu tão bem que estou como hei-de ir!
O quê?Vieste pior do có que foste?
Não,não percebeste.Eu explico:como te ia dizendo,depois de descarregar o "saco" todo,fiquei bem,tão bem que já não me lembrava do mal que para lá levei.
Disse-lhe mesmo tudo e em seguida fiquei com tal calmaria,com tamanho sossego cá por dentro,que já não parecia eu!Foi tão bom,tão belo e tão útil que já não sei o que te diga.
E eis o resultado:da inspecção,da palpação,da percussão e da auscultação.ficamos os maiores na  Amizade.Nunca tal "aberração" me tinha acontecido!
Então ainda bem.
Pois era isso que eu pretendia.Quero dizer:insisti,insisti e insisti até que consegui.E dou-te um conselho:experimenta e vais ver como resulta.Já não quero outra coisa.isto é,tem de ser aquela casa,aquela sala,àquela hora e aquela conversa ou semelhante(não vá arrepender-se e o caldo entorna-se);sim,acntece ás vezes não haver sintonia:uma noite mal dormida,muitas horas seguidas a trabalhar,patologias de difícil diagnóstico,feridos graves,berraria,faltas de respeito,mortes,taradices,enfim um nunca mais acabar de mazelas.Era o que se me deparava muitas vezes;assim corta-se o mal pela raiz e já está.
A seguir veio a prescrição;sabes aquele papel da receita que dizia tal e qual:pele muito sensível que ao toque até faz arrepiar;mas não faz mal nenhum,porque eu prefiro que a minha carícia resulte bem e,portanto,nunca te esqueças da rica pele que possuis.Claro que sabes,como falamos há dias,que há peles diversas,tais como:de galinha,encarquilhada,branca,negra,o raio que me pele,peluda,do outro,macia,queimada,saborosa,curtida, escamosa,seca,húmida,assim assim,o casaco de peles,a que excita,a que se beija,a penetrante;enfim somos quase tudo pele!
Prontes e lá meti o papel no bolso,e no dia seguinte,fui aviar à farmácia.
E qual o meu espanto:sobre medicamentos nem letras,nem palavras,nem frases.Esqueceu-se tal foi a força do paleio(cogitei eu!):cerca de quatro horas a emitir sons(não eram ruídos)melodiosos,tratantes,terapêuticos,musicais, alegres,divertidos,ou seja,uma comunicação à maneira.Assim temos gente.
O que disseste?
Que valeu a pena lá ter ido.
Pois.Na verdade pra quê escrever remédios,se afinal entraste com a malvada comichão,que não te deixava dormir,nem as pomadas do boticário te aliviavam e saíste de lá sem ela e de mansinho,pé ante pé,leve como umpassarinho,e a "abarrotar"(passe a expressão)de contentamento,de bem-estar, de compreensão,de alegria,que até parece que não tinhas pele,e pelo que(não  é pêlo)te aconteceu faço votos sinceros que daqui pra diante,toda a gente que lá vai ou que lá foi(nunca mais ninguém foi capaz de saber onde se meteu tal e tamanha comichão!!!)tenha a mesma sorte que tu.
Bem haja senhor doutor,que me curou,me aliviou e me consolou.

Sem comentários:

Enviar um comentário